CASÓRIOS

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Chico Anysio, que já faz tanta falta, contava caso acontecido com ele absolutamente hilariante. Chegava ao famoso restaurante e bar Antonio´s no Rio, quando encontrou mesa com muitos amigos. Sentou-se, sua presença foi celebrada, claro. Um dos amigos foi logo dizendo que estava mesmo precisando falar com o famoso comediante, pois estava escrevendo um livro.

Chico se espantou!

_ ”Um livro… Mas isto parece fenomenal! Sobre o quê exatamente?”

_ “É que eu e Maria iremos completar neste ano 40 anos de casados, assim, pensei com tempo, vou escrever um livro sobre o casamento.”

_ “Mas quem deveria escrever este livro deveria ser eu, emendou o Chico”.

O amigo recém escritor não se conteve: _ “Mas isto seria um descalabro, você se casou umas 11 ou 12 vezes!”

_ “Exatamente! Eu entendo de casamentos, você entende… De Maria!”

O diálogo é perfeito. Demonstra veia do velho Anysio, inteligente, rápido, perspicaz. O humor é filho desta capacidade de fazermos cócegas nos cérebros dos outros.

Mas é passagem igualmente perfeita para uma parada sobre o tema, ele mesmo inesgotável, infinito, profundo, ridículo, solene, apaixonado e apaixonante. Quando me separei pela primeira vez (sim, tal qual o Chico, também cometi o desatino de me casar várias vezes!) fui passar a primeira noite de descasado em apartamento de um amigo à época. Ele não estava exatamente espantado pela separação, mas eu me queixava, era o meio de uma crise pessoal quando ainda era jovem… _”Sequer tínhamos uma vida sexual legal…”

E meu amigo intrigado: _   “Mas o que casamento tem a ver com sexo, meu Deus?!”

Pois é… O casamento nasceu bem depois da humanidade estar criada e assentada. Uma vantagem do casório é que se pode escolher os parentes. Não se pode escolher nascer rico ou famoso, com propriedades ou pobre, mas se a coisa apertar, sempre se pode escolher um parente, quer dizer, arranjar uma união esperta, que salve famílias, reinos ou acordos políticos.

Um dia... Todo mundo se casa... Todo mundo....
Um dia… Todo mundo se casa… Todo mundo….

Na vidinha de cada um de nós o casamento tem papel importante e dúbio. Há milhões querendo se casar, mais milhões se perguntando como caíram na esparrela de terem se casado. Há os que se separaram porque não havia dinheiro, eram pobres de dar dó (e problemas), há os que separaram porque eram ricos demais, aquele tédio irritante dos ricos e poderosos. Há quem se separe por nunca ter sexo, há os que não aguentam mais tanto sexo do maníaco do parceiro! Há casais que brigam sem parar, que trocam farpas e indiretas em público (argh, já conheceram um casal destes?), há os que ainda, imaginem, se chamam de “pai e mãe”, hábito abominável que só encontra cura em consultórios.

Casamento é assim, feito pirulito, começa no doce e acaba no palito, recitavam as frases de para choques de caminhões de quando era criança. Se casamento fosse bom, ensinavam nossos avós, não precisava de testemunha.

No fundo… No fundo, mesmo sem querer, o ser humano procura a união e o acasalamento. É natural, é imperioso, o casamento acontece como escolher-se o clube de futebol do coração… Desconfia-se de quem nunca se casou e ainda de quem se casou demais! Amor para toda vida, juras de eterna paixão, ama-se tanto às vezes, que o coração não cede às tentações de cair na real e perceber que a relação muda, as pessoas mudam, a vida toma sempre novos contornos e que enfim, mesmo que cheios e plenos de amor, todos caem naquilo que chamo de “a massacrante rotina do casamento”. Aí entram, quando é o caso, a maturidade e a generosidade dos que realmente amam e se sabem amados. Complicado… E muito!

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Complexo, decadente e cheio de nuances, trágicas e hilariantes, os seres humanos fazem de suas relações algo entre o circo e o sublime, entre o patético e o angelical, tudo isto porque somos, acompanhem meu raciocínio… Humanos.

Logo nós humanos, pobres seres em existências precárias, nos metemos em achar que tudo está sob controle, que tudo pode ser para sempre, sem nos darmos conta que mudamos sempre e se assim não fosse, o precário seria insuportável.

Casamentos podem ser chatos desde a cerimônia, com a repetição monótona dos discursos dos padres, sempre voltando a Paulo, a mesma carta, a mesma citação, que é belíssima, é fato, mas que de tão repetida… Bem… vamos ao outro ponto. Cerimônias podem ser chatas, as festas podem ser muito, mas muito barangas e bregas de causar frisson! Mas há quem chore, se emocione, as mulheres se levantam emocionadas por vestidos e adornos nas Igrejas, estas coisas.

O casamento caiu de moda.

Descasar é até meio chic! Exige e exibe certa independência e altivez que cai bem em tempos de twiters e faces. Mas descasar dá trabalho, e muito!

É no descasar que realmente conhecemos ao outro, ao parceiro, o amor que se comprometeu conosco para a vida toda e agora briga com advogados, unhas e dentes, pela mesinha da sala e pela escritura da casa meio paga. No descasamento o que nunca foi dito fica maldito. Frases e comentários antes irônicos tornam-se ferinos e devastadores.

O casamento, pensando bem, em princípio, tem sempre mais chances de dar errado que realmente dar certo! Dois estranhos, de famílias estranhas, conhecendo-se já adultos na maioria das vezes, por razões que não se definem muito bem nem entre eles, resolvem que não conseguem mais viverem separados, que estar sob o mesmo teto é a única alternativa ao sofrimento das separações diárias e… decidem se casar.

Que maravilha.

Mas depois veem os filhos, as sogras, o cunhado que bebe muito, o genro que pede dinheiro emprestado (isto quando não gosta de pagode), as prestações das coisas… Ai ai, o romantismo cede espaço ao cansaço e ao tédio.

Mas não pensem que sou contra, se fosse não teria me casado tantas vezes. Casar e estar casado é bom. (bem… Eu acho, né?!)

(Oooops… A patroa passou por aqui, leu o artigo de soslaio, fez cara de que não gostou…)

Paro por aqui.

Casamento é coisa complicada…

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VÁRIAS

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De vez em quando acontece. Alguns e-mails de amigos leitores chegam perguntando algumas coisas, sugerindo temas para artigos, e, com alguma frequência, apenas querem saber minha opinião sobre algum assunto. Acontece, igualmente, de, aqui e ali, não ter simplesmente opinião formada, ou, com mais assiduidade, levar um tema a frente apenas porque ele não vale um artigo inteiro.

Aqui alguns deles…

F1. Um amigo escreveu perguntando sobre meu mutismo em relação à F1, a tão amada categoria do automobilismo que todos nós um dia, como se fosse realidade, amávamos como se brasileira fosse! Neste final de semana aboletei-me no sofazão (acreditem, é um sofazão mesmo) para o GP da Bélgica. Um tédio comparável ás declarações da presidente. Coisa horrorosa. Galvão e Barrichelo juntos são dose para elefantes e obesos. Chatos de dar dó, ainda resisti aos primeiros minutos, uns dois, logo após a largada. Mas qual! O País que já teve Fittipaldi, Piquet, Pace, Senna… Que triste fim. Massa tem pouco mais que um metro e quarenta de altura, está em má fase, fala com a língua presa… Um horror. Agora aparece em traseiras de ônibus urbanos de países de terceiro mundo vendendo desodorante meio vagaba. Não dá… Não inspira carisma ou qualquer sentimento de arrojo. Tédio. Mudei de canal, este tema sequer valeria mesmo um artigo. Nem meio!

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Presidente e sua popularidade. Eu não sei bem o que comentar. No auge das manifestações ela ainda tinha 32,0% de popularidade. Ao menos era o que a imprensa divulgava, sabe-se lá segundo quais critérios. É discutível, Aqui em casa sua popularidade é zero! A pesquisa não veio até aqui. Aliás, sendo muito honesto, nunca fui pesquisado sobre nada em política. Você foi?! Como anda a popularidade da presidente em sua casa? O final melancólico deste governo inspira algo como, algo assim… Algo como F1… Tédio.

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Brasileirão. Bem sabem os que por aqui passam que torço para o glorioso Atlético Mineiro, sabem com igual sinceridade, que não torço contra time algum. Torço para o meu clube, desde criança, amor de berço. Mas o que me perguntam é se não irei escrever algo sobre a situação dos clubes mineiros agora, com o Cruzeiro lá na frente e nós meio aqui em baixo. Vejam só… Não quero criar teses, apena comento. Creio que o Galo sofre de uma síndrome meio à lá Charlie Harper, nosso (anti) herói da TV. Depois que se leva um tempão tentando conquistar uma belíssima mulher, depois de finalmente estar com ela (se é que me entendem em finíssima metáfora), podem passar pela frente mulheres realmente lindas, mas a paixão e a conquista fora fortes demais. Todas ficam muito pequenas perto dela, até que, claro, nova paixão se encaminhe. É preciso algum tempo. Vejo esta ressaca do Galo desta forma, é a síndrome de Charlie Harper. Cá entre nós, o campeonato anda mixuruca, sem graça, com times horríveis. Pouco ou nada se salva. Cada pelada de dar sono. É bom apenas por um lado: este deve sero campeonato menos difícil de conquistar em anos e anos. Espero que um time mineiro o vença, ainda mais, espero que o Galão traga mais esta! E não se iludam, pode estar a caminho, 13… É Galo! ( mas que o Brasileirão 2013 está de doer, nem se fala!)

Novos programas na TV. Tenho evitado porque acabo criticando e sendo rabugento demais. Tenho escolhido temas afeitos ao bom gosto, a gente de real talento, que tenho (temos) prazer em acompanhar. Bem sei que surgiram algumas coisas na TV, como o abominável “Esquenta” e a continuação em novo (velhíssimo) formato com o bom mocista chatista Luciano Huck. Mas, convenhamos, o que poderia comentar? O que acrescentar? E o que dizer dos programas para mulheres do GNT? Quem assiste deve imaginar que no Brasil somos ricos, prósperos, fúteis e bobocas, que as mulheres apenas se arrumam e se produzem! Horas e horas sobre o novo traço de olhos que amendoam e dão vida ao olhar… Um sofrimento sem par. Salva-se apenas Julia Petit, com charme e graça, como se risse, ela mesma, de tanta futilidade. Ainda não entendo porque a TV por aqui não trata bem música e humor. Andam ao nível do esgoto. Discorda? E-mails para meu endereço, por favor, algo deve estar me escapando.

Atendimento. Um leitor do blog, que não conheço pessoalmente, criticou a falta de novos comentários sobre atendimento a clientes, sempre ruins por aqui, Disse que no passado dei bons exemplos de mau atendimento, queria saber como andavam as coisas por aqui. Bem… No ano passado o prêmio de pior atendimento do ano deve ter ficado com a Leroy Merlin. Demorado ao extremo, desatencioso e sem foco em nada, a LM despencou em meu conceito pessoal. Pois bem, tinha prometido nunca mais perder meu tempo com eles, afinal, outras empresas querem meu dinheiro também. Pois uma armadilha do destino conduziu-me a eles de novo na semana retrasada, e… Surpresa total! Eles conseguiram piorar. Coisa de loucos. Sai sem comprar nada, exceto magnífica tampa de vaso sanitário, que apenas a loja possuía. Acontece. Mas fujam, é pura frustração e desalento.

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Mantega e suas visões sobre nossa economia. Bem… Li a entrevista. Deixa pra lá. Este sim, tédio.

Como se vê são apenas alguns temas de e-mails e perguntas.

Nada vale um artigo, uma reflexão mais profunda, mais consequente.

Algo mais?!

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SUPEROOOPS!

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OOOPS!

PEÇO PERDÃO.

Mas hoje não deu…Não teremos um artigo novo, mas!!!

Mas… Eu tenho uma boa explicação, é que é meu aniversário!

Fiquei pensando nos anos que passaram, bebi umas vodkas de boa cepa, presentes de amigo, deu uma preguicinha… O telefone não parava de tocar, foram 101 mensagens de feliz aniversário. Tudo isto alegrou meu dia. E muito!!

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Os amigos queridos salvaram meu dia!

Muito obrigado!

(Não irei me esquecer, significa muito para mim!)

MHSF

NEGOCIM

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Por razões que entendo em parte e com as quais faço algumas piadas, mesmo porque se não as fizer acabarei deprimido, Pindorama apresenta características curiosas. É mais que esperteza e vantagem em tudo, é um não-sei-quê de malandragem que alguns acham engraçado… Mas não são! Ainda outro dia, em conversa animada de fim de tarde, passaram-me via iphone, texto assustador. Conta-lo-ei.

Um sujeito que desconhecia, de alcunha, “Nego Gato”, depois de preso sete vezes pela Polícia Militar de MG, como não poderia deixar de ser, tornou-se celebridade, sujeito de alguma fama. Por que seria assim? É que o gajo, aliás, o Gato, aliás, Nego Gato, tornou-se empresário de renome. Seu ramo, se quiserem acreditar, é o de organizar (finalmente!) o negócio de “atravessar” ingressos para jogos de futebol. Criativo e organizado, com CNPJ e operações por cartão de crédito, o empresário emprega mais de 50 pessoas, contava a matéria do jornal, que dormem em filas de estádios e portas de clubes famosos, nestes tempos, especialmente do Atlético Mineiro, comprando e vendendo ingressos com preços superfaturados. Ao ser interpelado afirmou que não explorava ninguém, que não era mero “cambista”, que bancava o risco e que não comprava por 30 e vendia por 600, que seu negócio era (quase) uma utilidade pública. Impressionante.

Na semana que passou, imaginem, outra pérola digna de nota brotou na mídia, só que em outro segmento. Como se não bastassem os “tomadores de conta de carros”, um absurdo sem precedentes, uma máfia com autorização oficial do poder público, eis que surge o vigilante de bairro. Precedente aos milicianos, que invadiram o Rio e criaram poder paralelo sem controle, os vigilantes passam a noite rodando em motos com apitinhos estranhos, mostrando que estão lá, e que estão atentos. Difícil saber para o quê vieram, o que poderiam fazer, mas tornaram-se moda estranha em cidades cada vez maiores, inseguras e perigosas.

O que faltaria inventar?

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Em Pindorama, sem que nada de muito sério seja feito contra, há lavadores de carros de rua que traficam, crianças de aluguel para vigaristas arrastarem com caras miseráveis pelos semáforos. Não muito longe estão os artistas de rua, alguns pobres de dar dó, alguns com talento. Para nosso máximo gáudio, encontrei dias destes um artista argentino! Que maravilha! A América Latina se integrando, finalmente.

De pronto poderia afirmar que criamos quadro social de envergadura, convenhamos. Há tickets para tudo e para (quase) todos, menos eu… Pago uma baba de impostos que nunca servem, aparentemente, para nada que me interesse ou diga respeito. Sequer em supermercados encontro vagas. O estacionamento está sempre cheio, apenas minorias detém algum privilégio. Coisa de loucos!

Não sei aonde tudo irá parar. Tenho medo do fim da bolsa família, cuja ameaça de extinção criou tantos problemas e quebra-quebras, que será difícil se esperar por boa coisa quando ela acabar, se é que vai acabar, bem entendido.

Manipulados e vivendo em sociedade cujos governos preferem tratar todos como coitadinhos, deixamos a modernidade e o progresso para trás, somos do balucubaco, somos espertos e vivos, eita brasilzão que ninguém segura!

Acredito em nada disto. O que vejo e sei é que a cada dia mais e mais pessoas se enfronham na máxima de que trabalho é coisa de otários, e deve ser mesmo. Agora há vários especialistas no país de especialistas para tudo que descobriram que há geração inteira diferente de todas as que a precedeu. No primeiro mundo criou-se a Geração Y, uma tchurma bacana, politizada ao seu próprio jeito, desconfiada de tudo, que não acreditava em marcas famosas e mídia tradicional. Hmmmm, sei… Parece bom. Criaram o “No Nike Day” e pararam uma multinacional inteira!. Criaram marcas sem fama e sem nome.

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Por aqui inovamos, eis que surge a geração Nem-Nem. Isto quer dizer, caríssimos, que estamos em meio á criação do mais novo fenômeno sociológico, a geração Nem-Nem, a que nem trabalha… Nem estuda!

Que beleza…

Que maravilha…

Não vou chatear mais ninguém com estes temas, coisas sem graça, sem pé e sem cabeça. (mas inclusive o caso Nem-Nem é sério).

Quero apenas lembrar que ao final dos anos 70, meu paraninfo de formatura em Economia, Gonzaguinha (sim, ele mesmo!) criou música curiosa, mórbida, em que um sujeito casadão e cheio de filhos, pobre pobre pobre, sobe em prédio para se matar. Junta tal multidão que descobre um negócio. Um bom negócio.

Junta tudo e cria seu número, como artista de sinal…

No refrão a nossa cara e o nosso jeito…

…”agora, ri da multidão executiva

Quando grita.

Pula e morre seu otário…

Pois como todo brasileiro,

É profissional de suicídio..

E defende muito bem o seu salário”…

A canção cínica encarna um pouco de todos nós, está no então LP “Você se Lembra Daquela Nega Maluca que Desfilava Nua Nas Ruas….”

Grande Gonzaguinha… Mas ele nem imaginava até onde chegaríamos!

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JOOLS

Jools: simpatia e talento... Muito talento!
Jools: simpatia e talento… Muito talento!

Muito possivelmente a maior parte das pessoas nunca ouviu falar dele, ainda mais com este nome esquisito, “Jools”. Nascido em Londres em 24 de janeiro de 1958, tendo agora portanto apenas 55 anos, Julian Miles Holland deve ser dos músicos mais  talentosos de todos os tempos.

Nós aqui em Pindorama apenas passamos a conhecê-lo há poucos anos desde que em momento afortunado, a HBO resolveu exibir por aqui o icônico “Later With Jools Holland”.

Nem sabe do que falo?

Deixe que conte um pouquinho.

Pois vejam que já aos oito anos de idade, ele já podia tocar piano de ouvido fluentemente, talentosamente. Alguns anos depois no início de sua adolescência já se sentia competente e confiante o suficiente para exibir-se regularmente em muitos dos pubs em South East London e as docas do East End. Aos 15 anos de idade, Jools foi descoberto por Glenn Tilbrook e Difford Chris e juntos, formaram o Squeeze, e logo depois eles se juntariam a Gilson Lavis (que já havia tocado com entre outros, BB King, Chuck Berry, e Max Wall). O Squeeze e sua popularidade estenderam-se rapidamente à América, onde sua turnê incluiu apresentações no Madison Square Garden! O resto é história.

Várioas aspectos deste pianista genial chamam a atenção de quem realmente ama a música. Primeiro seu bom gosto. Jolls escolhe seu repertório com cuidado. Seu amor pela música negra americana é clara e escancarada. Sua simpatia radiante deixa que ele sempre leve elogios aos convidados, com carisma e real gosto pelo o que faz. Assistam a alguns de seus programas de TV e percebam o que falo. O sorriso fica aberto, os olhos brilham, Jools sabe tudo! Sua parceria com o grande Tom Jones rendeu discos e apresentações. Ele ainda encontra tempo para viajar com sua orquestra e tocar pelo mundo afora.

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O que vale contar mesmo é o seu maravilhoso Later with jools, programa de TV da BBC que é exibido por aqui ás sextas e sábados. Assistir ao show deixa claro que há muita coisa boa que sequer deconfiávamos que existisse. Artistas de todo o mundo, veteranos aparecem para cantar, como aconteceu com grande Smokey Robinson, Tony Bennet, Robert Plant ou mesmo velhos cantores negros dos EUA ou da Jamaica… Por que não?

O desfile de bandas inglesas é initerrupto. É impressionante a produção musical. Não digo que gosto de tudo, mas é maravilhoso poder ter contato com tudo aquilo.

Imaginem um estúdio gigantesco, onde a cada noite, quatro ou cinco bandas e artistas se apresentam, formando uma salada musical de muito bom nível, sonoridades novas, cores e ritmos que sequer imaginávamos. Neste último show, por mero exemplo, havia um pianista (com toques de Jazz) da Armenia!

O que me faz parar e pensar muito é o tratamento que a música em shows de TV tem por aqui. Parem e pensem em quantas vezes se interessou de fato por alguma coisa na TV dedicada á música, que mostrou gente nova de real talento.

Acabo certificando que Jools criou um programa musical que não é apenas o melhor em seu gênero…

Muito possivelmente… É o único.

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“ÇONHOS”

Carros velhos ainda servem para muitas coisas (14)[2]

O jornalista especializado em automóveis, que desconheço, confesso, Michael Figueredo, escreveu para a Auto Press/MotorDream uma matéria que causou furor na imprensa. Não entendi exatamente o motivo de tanta agitação, pois o caro colega (perdão, ex-colega, não sou mais jornalista) apenas deu nomes aos bois, mas eram todos conhecidos. A razão para o alvoroço foi a denúncia do nível da (falta de) qualidade dos autos fabricados aqui, aqueles mesmos que a maior parte dirige em seu dia a dia. Notem que a matéria trata o caso com alguma frieza, com simples relato, a meu ver, das barbaridades que por aqui são fabricadas e vendidas:

A JD Power, consultoria especializada no mercado automotivo global, revelou nesta quarta-feira, durante o Congresso Fenabrave, em São Paulo os resultados da VOSS Brasil 2013 – Vehicle Ownership Satisfaction Study. A versão nacional do estudo, que avalia o nível de satisfação dos proprietários, mostrou que o brasileiro se preocupa muito mais com o custo de propriedade – que envolve desde a compra até serviços de manutenção e consumo de combustível – do que com a qualidade dos modelos. Os dados apontam ainda para um aspecto nada agradável para a indústria nacional: os carros fabricados no Brasil perdem apenas para os chineses na lista dos que mais apresentam defeitos. (esta é mesmo de doer!)

O VOSS Brasil “ouviu” proprietários que compraram seus veículos entre 12 e 36 meses atrás. A pesquisa foi realizada de abril e junho deste ano através de painéis de consumidores voluntários via internet. Foram quatro critérios avaliados. A qualidade foi considerada a menos importante. Apenas 16% dos donos consideram este o principal fator em sua decisão de compra. Com 19% ficou o design e o desempenho dos modelos. Os serviços de pós-venda representam 23%. O custo de propriedade somou 42% dos votos.

Desperdícios em gastos constantes de manutenção.
Desperdícios em gastos constantes de manutenção.

Para Jon Sederston, diretor da JD Power Brasil, há uma disparidade entre critérios, teoricamente, correlatos, como a qualidade e o custo de propriedade. “Produtos de menor qualidade fatalmente resultam em maior custo para o proprietário, que vai acabar encontrando mais defeitos em seus carros a médio e longo prazos”, afirma Sederston. A pouca preocupação do brasileiro com a qualidade dos veículos pode ser uma das causas de outro aspecto revelado pela pesquisa. Carros fabricados no Brasil apresentam mais defeitos que quaisquer outros, exceto chineses. (argh) “É algo curioso, porque os veículos têm menos conteúdo, o que significa menos coisas para falhar. E ainda assim estão entre os que apresentam o maior número de defeitos”, diz Jon Sederston. Os nacionais foram comparados com modelos fabricados no México, Coreia do Sul, Argentina e China, dentre os quais, o país norte-americano foi apontado como o que produz carros com menor incidência de problemas.

Há muito a se notar e pensar. Primeiro que os carros daqui foram comparados com veículos que não ostentam, no geral, alto nível de qualidade a partir de países de origem de pouca tradição em real qualidade automotiva.

Segundo é que estas informações são de conhecimento há décadas. Quem ainda acredita que compramos autos de boa qualidade? As peças duram pouco e são caras. Os custos de manutenção são altos, em virtude de uma série de fatores. Raciocinem comigo. Nossas vias são de péssima qualidade. Sendo assim, para aguentar trancos sucessivos, lombadas e buracos, a solução é reforçar as carrocerias com mais pontos de soldas e reforços estruturais (quando são feitos, bem entendido) aumentando o peso do carro, o consumo por consequência, e diminuindo seu desempenho. O combustível é aquele caso que ouço desde menino, nosso fedorento combustível é alvo de críticas e piadas praticamente desde que foi inventado. Hoje ao menos há a opção da aditivada, mas fica nisto. As gasolinas “premium” são até razoáveis, mas custam muito e a maior parte dos carros não a usa. Pena, deveriam ser o padrão. A saída para este impasse que se arrasta há anos é legislar mais intensamente e com mais inteligência, sob pena de mantermos coisas na frota como a Kombi, que até muito pouco tempo, ostentava motores refrigerados a ar, geniais (para a década de 30) barulhentos, gastadores e muito, muito poluidores!

Carros e motoristas ruins... Matam!
Carros e motoristas ruins… Matam!

Eu que estou no ramo há muitos anos, tendo trabalhado como jornalista do Setor por aqui, posso afiançar que nossos veículos ainda são primários porque o público é imaturo do ponto de vista de consumo, nós brasileiros compramos carros em massa há pouco mais de uma década. É muito pouco, mas o suficiente para que algo mais efetivo já tivesse sido feito.

Criamos assim castas de consumo, com a maior parte dos motoristas comprando os nacionais sem saberem ao certo o que podem ou não esperar deles, e os calejados e abonados apaixonados por autos, que experientes e sabedores das boas qualidades intrínsecas, decidiram-se por bons importados.

A minha definição de bom auto é mais ou menos assim: é um veículo alemão ou americano, de seis cilindros, potência ao menos de 190 CV, automático, com ar condicionado e direção assistida. ABS e acabamento em couro são mais que bem vindos! Pode ser velhinho (como é o meu caso, gosto de carros experientes!) porque status não me causa interesse algum, além de ser homem pobre que prefere bons desempenhos gerais de veículos aos modelitos novos da moda.

Os nacionais vão em direção oposta, como se pode claramente perceber. Por questões de custos e demais considerações, o carro brasileiro poderia ser definido como sendo de quatro cilindros (cujo único mérito é ser barato e leve), potência abaixo dos 100 CV, freios a disco na frente e tambores atrás, tudo forrado e ornado com plásticos rangedores, inapelavelmente mal acabados e de percepção geral de baixa qualidade.

Mas se estes argumentos não tocam o seu coração, bastará dizer que os mortos nas estradas de Pindorama passaram, e muito, dos tradicionais 45 mil ao ano. Segundo publicações do segmento os dados explodiram, e já se contabilizam algo perto de 67 mil!

Seria momento de parar de fabricar tanto e fabricar melhor?!

E há muuuuiiiiiito tempo.

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SUPERPOPULARES

Jackson do Pandeiro, definição do artista popular.
Jackson do Pandeiro, definição do artista popular.

Acordar cedo já se tornou hábito. Não gosto. Mas não me trás nenhuma sequela, mau humor ou consequências além de dormitar (grande palavra, graaaande palavra, que idioma sensacional este nosso!) defronte a TV como qualquer velhinho faria já pelas dez da noite. Mas ao acordar tão cedo hoje de novo, afinal, pobre como sou, tenho a obrigação de trabalhar e muito, aconteceu de sair da cama com uma música de Jackson do Pandeiro na cabeça. Coisa estranha… Grande Jackson! A lembrança me fez passear pela memória de criança, de como gostava daquele jeito divertido e original dele cantar, o pandeiro tomando conta das sílabas que iam sincopadamente, em muitas das vezes, ocupando a batida do pandeiro, um jeito genial de dar vida ao instrumento e à voz.

Eis porque inicio este artigo de hoje em sincera e muito simples homenagem aos artistas de cunho realmente popular, alguns esquecidos, infelizmente, sem a fama, o reconhecimento e o dinheiro que se faria supor. Jackson era tão original, tinha tanto talento e ritmo, que todos nós achávamos que todas as canções que cantava eram dele!

Cauby no auge, vozeirão e a invenção das macacas de auditório.
Cauby no auge, vozeirão e a invenção das macacas de auditório.

Hoje em dia, e peço desculpas pela generalização, os chamados “populares” apenas confundem-se com coisas de péssima qualidade, chegando às vezes à obscenidade do mau gosto, da grosseria ou, ao menos, do nada a dizer.

Querem outro exemplo de artista ligado a alma do povo, de talento e reconhecimento em seu tempo? Luiz Gonzaga. O Lua (por causa de seu rosto redondo) inventou um gênero, o Baião, que hoje chamamos genericamente de Forró. Homem de alma de criança trouxe alegria ao povo de todo o Brasil com canções ingênuas, bem humoradas, falando de sua terra com saudade e poesia

No mundo das etéreas celebridades de hoje, de ex-BBB´s e atrizes de todos os matizes, sem que sequer saibam atuar, em meio aos shows translumbrantes de dançarinas e performances, luzes e sons meteóricos, onde música é mero detalhe, pensar em artistas realmente populares chega a ser ingênuo. Tudo passa pelo filtro da mídia, comentam até se, cúmulo do ridículo, em determinada pose, alguém mostrou parte de algum recôndito detalhe do corpo.

Lua... Inventor do Baião e do Forró. Homem santo?
Lua… Inventor do Baião e do Forró. Homem santo?

Mas nem sempre foi assim.

Lembro-me de entrevista comovente da famosa dupla Cascatinha e Inhãna, sucesso em época das guarânias românticas e absolutamente ingênuas dos anos 40. Contavam como era vida, a criação de discos, os shows simples em circos, a ascensão ao estrelato possível de sua época do auge do rádio.

E quem se lembra de Orlando Silva? Foi o maior cantor de seu tempo, com voz inconfundível, imitado por gerações, chamado “O Cantor das Multidões”. O apelido carinhoso surgiu em viagem a Porto Alegre onde o cantor se apresentaria. Imaginem o desconforto e a duração de jornada destas naqueles anos 40. O carioca humilde chegou à capital gaúcha sem muitas informações. Na estação uma multidão já o esperava. Orlando estranhou, não sabia da dimensão de sua fama. Foi para o hotel e já jantava quando vieram avisar que gritavam seu nome defronte ao hotel. Era a consagração. Subiu ao segundo andar onde existia pequena sacada. Cantou de improviso, sem som, sem acompanhamento. No gogó, como se dizia. Grande voz, arrancou aplausos em delírio. A música que cantou era a predileta da mãe, que uma vez falecida, Orlando jamais cantou outra vez. O apelido foi dado por radialista na hora, era o ídolo de multidões!

Orlando Silva à la Fred Astaire, a maior voz de sua época.
Orlando Silva à la Fred Astaire, a maior voz de sua época.

Estes grandes nomes populares são extraordinariamente importantes! Nem sequer gosto, exatamente, de cada música ou criação destes artistas, mas nutro esta admiração indefinível por eles.

Poderia citar ainda Francisco Alves, o Chico Viola, o Rei da Voz. Quem sabe Tonico e Tinoco, execrados pela mídia de massa quando surgiu a TV, nem sonhávamos que a tal música sertaneja chegaria ao máximo do mau gosto e iniquidade a que chegou. Hoje chamam a velha dupla de “música de raiz”, os dois são respeitados… Mas já é tarde demais.

Vale falar de Cyl Farney, galã máximo das chanchadas da Atlântida. Bonito, baterista de jazz, tocava em trio com o irmão, o não menos famoso Dick Farney, que na vida real se chamava, imaginem, Farnésio Alves! Cyl era bonito, educado, elegante, simpatia cativante. Era o maior dos maiores em sua época… Mas ia aos sets de filmagem de ônibus. Vejam que coisa!

Fiquei pensando nisto tudo por este dia afora. O que deveria chamar tanto a minha atenção à vida destes grandes artistas populares? O que poderia haver de tão especial? E o que se falar de Lupicínio Rodrigues? E Ângela Maria, ou Cauby, Marlene… Mussum… Tanta gente…

Lupi, voz fraca e poesia poderosa, bem ao gosto popular da boêmia.
Lupi, voz fraca e poesia poderosa, bem ao gosto popular da boêmia.

O que realmente me prende às histórias destas pessoas, creio, é a sinceridade de seus trabalhos.

Não vemos mais disto por ai!

Convenhamos, mergulhamos no pastiche, na estupidez mais folclórica, no sistema de criação de estrelinhas fáceis e de consumo. Duram minutos. Tiram a roupa por qualquer coisa, qualquer tostão.

Ai se eu te pego… É o pente é o pente é o pente… Ah moleque leque leque… Se te pego com outro te mato…

Credo! Quanta bobagem de gente sem talento, desligados das reais linguagens e sentimentos de seu povo. Não falam aos corações e almas.

Mas mesmo distante deles, mesmo sem ser o porta-voz correto… Gritaria ao vento:

_ “Viva o (verdadeiro e sincero) artista popular!”.

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BALANÇOS

Monstros por toda a parte!
Monstros por toda a parte!

É bem verdade… Nada que se lê ou se sabe sobre o desempenho (ou a falta de…) deste melancólico final de governo é realmente novidade. Tudo vai mal e não é de hoje. Se o período que antecedeu ao atual, no mesmo partido, trouxe vantagens localizadas e ao pleno vento das benesses internacionais, assim que a crise mundial se instalou fomos pegos, de novo, com as calças na mão!

Coisa triste.

Noticiou o Estadão em cima da hora, na sexta feira: Nos sete primeiros meses de 2013, o déficit da balança comercial do Brasil é de US$ 4,989 bilhões, mostram dados divulgados nesta quinta-feira, 1.º, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado é o pior da históra. Supera os dados de 1995, quando o acumulado dos sete primeiros meses foi deficitário em US$ 4,224 bilhões. No mesmo período de 2012, foi registrado superávit de US$ 9,927 bilhões. A série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) tem início em 1990, mas os dados estão disponíveis na internet a partir de 1993. Segundo os dados do Ministério, as exportações no acumulado do ano somam US$ 135,230 bilhões, com média diária de US$ 926,2 milhões. Por outro lado, as importações somam US$ 140,219 bilhões, com média diária de US$ 960,4 milhões. Apenas em julho, o déficit foi de US$ 1,897 bilhão. O resultado é o pior para o mês desde 1997, quando foi registrado déficit de US$ 550 milhões. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro de superávit de US$ 500 milhões. Levantamento realizado AE Projeções, da Agência Estado, com 26 instituições do mercado financeiro apontava resultado entre déficit de US$ 500 milhões e superávit de US$ 1,200 bilhão. As exportações alcançaram US$ 20,807 bilhões em julho, com média diária de US$ 904,7 milhões. As importações totalizaram US$ 22,704 bilhões e média diária de US$ 987,1 milhões. Em julho de 2012, houve superávit de US$ 2,866 bilhões. Na quarta semana do mês, a balança registrou baixa de US$ 1,346 bilhão. As exportações do período somaram US$ 4,331 bilhões e as importações, US$ 5,677 bilhões.  Na quinta semana, que compreende apenas os dias 29 e 30 de julho, o saldo da balança comercial ficou negativo em US$ 688 milhões, fruto de exportações de US$ 2,071 bilhões e de importações de US$ 2,759 bilhões. Os dados foram divulgados há pouco pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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Traduzindo em miúdos, a economia vai mal, com as contas externas, ou seja, a administração entre o que se vende ou paga ao resto do mundo, indo ainda pior. Esta conversa sobre o balanço de pagamentos pode ser chata e coisa relegada apenas aos não menos chatos economistas (como eu!). Mas mesmo que não gostemos, todo e qualquer erro cometido tem impacto sério sobre nossas vidas cotidianas, ainda mais com a crise econômica batendo ás portas e… Batendo forte, com ares de dona da casa.

Some-se ao fato das contas externas irem mal com a necessidade de financiar-se o déficit. Pois bem, é simples: é como gastar mais do que se ganha, se as contas não fecham, alguém, de alguma forma, irá tomar emprestado algum dinheiro para tapar o rombo. Se isto acontece em sua vida pessoal, usa-se o cheque especial, depois um crédito pessoal, depois vende-se o carro, a mirrada poupança vira um cheque pré-datado sem maiores cerimonias! A dívida cresce, financiamos as dívidas com dinheiro dos outros, que pode ser o cunhado, a mãe… Ou o banco!

No caso brasileiro, sem poupança suficiente, com as contas externas indo para o beleléu, lá estamos nós de pires na mão pedir dinheiro aos bancos internacionais. Lembram-se das missões do FMI? Valha-nos Deus!

Na via do País andamos de lado. Pagamos impostos absurdos. Cerca de 39,0% do PIB é formado por impostos. Eita, ninguém segura este País! Um estudo feito por órgão idôneo, tomada renda de uma família de classe média, levando em conta os impostos diretos e indiretos, deixou claro que da renda de cinco mil Reais, um pouco mais de 2500 (mais da metade, senhores!) foram levados rapidamente, sem queixas ou reclames, aos cofres públicos, com o seu (o nosso) dinheiro suado, dia após dia, sendo transformado em pagamento de ministérios, viagens, educação precária, saúde pior, burocracias sem fim e toda a sorte de desperdício de recursos que se pode imaginar.

O nome imposto deixa clara a natureza do recurso… Somos obrigados a pagar, se não fosse “imposto”, passaríamos de liso, sem dar qualquer atenção… Dar dinheiro de graça aos outros é coisa de malucos!

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E cá estamos nós, pagando uma fortuna, cada dia mais pobres e sem esperanças.

Tudo indica que eu estava mesmo certo, e há tempos: a economia não cresce, as previsões de governo e partidos interessados revelaram-se inócuas. Nada de 3,5% de PIB. Mal repetiremos os níveis medíocres do ano passado.

Inflação em alta, impostos em alta, sinais de desemprego, reformas previstas e prometidas nas ruas sem qualquer eco, balanço de pagamentos com déficits de corar monges, dívida pública na estratosfera. Parece Grécia, mas é Pindorama! A coisa vai mal…

Vamos submergindo, sem surpresas.

Vamos vendo nossas mais tênues esperanças se diluindo.

Este governo vai se acabando, se derretendo, se desfazendo, há sinais de velhice, de mesmice, de comida insonsa e requentada. O velho populismo travestido de novas e velhas frases e promessas. Frases surradas e travos de um autoritarismo amargo, de fel e azedumes vencidos. Tudo se acabou sem, de fato, sequer ter começado. Ficou este monstro aí a ser engolido, que a democracia prega suas peças e de tempos em tempos, mesmo que aos vômitos, engolimos as piores ratazanas e sapos de sobremesa.

Mas o último ato desta tragédia bufa ficará aí mais um ano. Perda de tempo, mergulhando-nos neste fim de festa triste, desalentado…

O fascinante da decadência é seu ritmo… Seu intrigante descaso.

A decadência não tem pressa…

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INOVARE

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Desde o último final de semana estive em SP, como dizia na terça feira. Dias agradáveis e noites bem frias, nunca acima dos nove graus. Cidade pulsante, que dorme pouco e acorda cedo. Tudo rico e diferente do resto do País, e é fácil se perceber como tudo é grandioso, basta olhar para fora das janelas!

Mas na segunda feira, entre um compromisso de dia inteiro e o preparo para uma nova jornada, tive tempo e oportunidade para rever velho amigo, mineiro, ma non tropo, que agora vive por aquelas terras. Alegre, ganhando muito e com uma perspectiva diferente das coisas, este amigo sempre fora enamorado da cidade. Agora vive um namoro apaixonado. SP cria oportunidades, paga bem, tem gente mais prática e de mente mais aberta… Como se vê, bem ao contrário do que ocorre por aqui. Minas é quase o oposto.

Por causa de um erro de itinerário (mas quem conhece esta joça desta imensidão, meu Deus?!) acabamos deixando para trás uma casa de massas, uma pequena tratoria, para irmos a um sushi bar, mesmo porque, confesso, havia vaga na porta, algo que nunca se despreza em uma cidade como esta, convenhamos! Vaga na porta é prêmio de loteria.

E este amigo começou a querer saber das novidades aqui da terrinha, logo mergulhando no tédio… Não há muito a se contar. Mas no meio da conversa, entre lembranças inevitáveis do passado de jovens amigos em BH, surgiu tema muito interessante: inovação.

Contava o mineiro que uma vez em SP e querendo aprofundar-se em alguns temas e estudos, acabou fazendo matrícula em respeitabilíssima instituição que agora lançou produto novo, empírico, aulas sobre inovação no mundo hoje. A inovação é o cerne do capitalismo, da geração de riquezas, da criação de valor… Como será que andamos?

Andamos mal, claro.

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O curso é totalmente experimental, com material de trabalho que vai do debate, aos cases, à explicitação das mágicas de lançamento de ideias, de fortunas geradas da noite para o dia. Contava-me ele que envolvera-se em projeto de alcance educacional para jovens. Acertos e investimentos feitos, participantes escolhidos, já no primeiro dia disparou e-mails a todos, entusiasmo e vontade por todos os lados. Mas para sua surpresa, nenhuma resposta ou comentário. Tentou de novo. Teria errado endereços? Nada…

Foi pessoalmente entender o ocorrido. A explicação veio de pronto, os carinhas não usam mais e-mail, apenas mídias sociais! Pode?! Inovar dentro da mudança constante de tudo não é fácil. Há a impressão de que falta profundidade e estudos por uma razão básica… Falta mesmo! Mas quem se importa? No mundo das verdades que duram minutos, condensadas em 144 caracteres, inovar, então, torna-se coisa de malucos, de gente que já nasceu plugada e… Desplugada… E ao mesmo tempo! Que troca de um estado para o outro tão rapidamente que nem notamos.

Mas o papo sério mesmo, o que conta, é como criar um modelo de empresa que seja, mesmo mesmo mesmo, i-no-va-dor! Como estamos falando de Brasil, sua excelência, a presidente, resolveu  tudo na canetada, criando um órgão que cuidará da inovação no País. Despejou lá perto de 30 bilhões, (sim, 30 bi!!!) para que cabeças coroadas pelo saber e agilidade, possam inovar. Não parecem estar fazendo um grande trabalho…

Não há fórmulas para uma empresa inovadora, é preciso mais que vontade, mais que querer simplesmente. Todos precisam se voltar ao livre pensar, à análise de tendências, em transformar lampejos coletivos em algo novo, útil, sustentável e que dê lucro!

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Será possível?!

Quando se analisa nosso modelo de existência e gestão social ou empresarial o sentimento reinante é o de absoluto desalento. Estamos ainda na fase do “manda quem pode e obedece”, bem… Você sabe… O ambiente empresarial é autoritário, de simples sobrevivência, sem nada de muito novo; ideias a reboque, atraso e mandonismo por onde se passa. Não vejo, e estou sendo muito sincero, condições objetivas para espíritos inovadores sobreviverem.  Somos a visão do atraso e mesmo iniciativas de bom senso, e pensem bem sobre isto, não encontram terras muito férteis para florescerem.

Uma boa olhada em nosso modelo político, a excessiva mania de controlar tudo, vigiar tudo, um sistema tributário tosco, burocratizado e injusto, nossa pobre educação sem eira nem beira…

Inovar ou criar ambiente inovador de que jeito?!

Sei não… Tenho muitas dúvidas.

Alguma ideia?

Sugestão?

Tá vendo?! A gente não anda tão inovador assim!

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