BALANÇOS

Monstros por toda a parte!
Monstros por toda a parte!

É bem verdade… Nada que se lê ou se sabe sobre o desempenho (ou a falta de…) deste melancólico final de governo é realmente novidade. Tudo vai mal e não é de hoje. Se o período que antecedeu ao atual, no mesmo partido, trouxe vantagens localizadas e ao pleno vento das benesses internacionais, assim que a crise mundial se instalou fomos pegos, de novo, com as calças na mão!

Coisa triste.

Noticiou o Estadão em cima da hora, na sexta feira: Nos sete primeiros meses de 2013, o déficit da balança comercial do Brasil é de US$ 4,989 bilhões, mostram dados divulgados nesta quinta-feira, 1.º, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado é o pior da históra. Supera os dados de 1995, quando o acumulado dos sete primeiros meses foi deficitário em US$ 4,224 bilhões. No mesmo período de 2012, foi registrado superávit de US$ 9,927 bilhões. A série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) tem início em 1990, mas os dados estão disponíveis na internet a partir de 1993. Segundo os dados do Ministério, as exportações no acumulado do ano somam US$ 135,230 bilhões, com média diária de US$ 926,2 milhões. Por outro lado, as importações somam US$ 140,219 bilhões, com média diária de US$ 960,4 milhões. Apenas em julho, o déficit foi de US$ 1,897 bilhão. O resultado é o pior para o mês desde 1997, quando foi registrado déficit de US$ 550 milhões. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado financeiro de superávit de US$ 500 milhões. Levantamento realizado AE Projeções, da Agência Estado, com 26 instituições do mercado financeiro apontava resultado entre déficit de US$ 500 milhões e superávit de US$ 1,200 bilhão. As exportações alcançaram US$ 20,807 bilhões em julho, com média diária de US$ 904,7 milhões. As importações totalizaram US$ 22,704 bilhões e média diária de US$ 987,1 milhões. Em julho de 2012, houve superávit de US$ 2,866 bilhões. Na quarta semana do mês, a balança registrou baixa de US$ 1,346 bilhão. As exportações do período somaram US$ 4,331 bilhões e as importações, US$ 5,677 bilhões.  Na quinta semana, que compreende apenas os dias 29 e 30 de julho, o saldo da balança comercial ficou negativo em US$ 688 milhões, fruto de exportações de US$ 2,071 bilhões e de importações de US$ 2,759 bilhões. Os dados foram divulgados há pouco pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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Traduzindo em miúdos, a economia vai mal, com as contas externas, ou seja, a administração entre o que se vende ou paga ao resto do mundo, indo ainda pior. Esta conversa sobre o balanço de pagamentos pode ser chata e coisa relegada apenas aos não menos chatos economistas (como eu!). Mas mesmo que não gostemos, todo e qualquer erro cometido tem impacto sério sobre nossas vidas cotidianas, ainda mais com a crise econômica batendo ás portas e… Batendo forte, com ares de dona da casa.

Some-se ao fato das contas externas irem mal com a necessidade de financiar-se o déficit. Pois bem, é simples: é como gastar mais do que se ganha, se as contas não fecham, alguém, de alguma forma, irá tomar emprestado algum dinheiro para tapar o rombo. Se isto acontece em sua vida pessoal, usa-se o cheque especial, depois um crédito pessoal, depois vende-se o carro, a mirrada poupança vira um cheque pré-datado sem maiores cerimonias! A dívida cresce, financiamos as dívidas com dinheiro dos outros, que pode ser o cunhado, a mãe… Ou o banco!

No caso brasileiro, sem poupança suficiente, com as contas externas indo para o beleléu, lá estamos nós de pires na mão pedir dinheiro aos bancos internacionais. Lembram-se das missões do FMI? Valha-nos Deus!

Na via do País andamos de lado. Pagamos impostos absurdos. Cerca de 39,0% do PIB é formado por impostos. Eita, ninguém segura este País! Um estudo feito por órgão idôneo, tomada renda de uma família de classe média, levando em conta os impostos diretos e indiretos, deixou claro que da renda de cinco mil Reais, um pouco mais de 2500 (mais da metade, senhores!) foram levados rapidamente, sem queixas ou reclames, aos cofres públicos, com o seu (o nosso) dinheiro suado, dia após dia, sendo transformado em pagamento de ministérios, viagens, educação precária, saúde pior, burocracias sem fim e toda a sorte de desperdício de recursos que se pode imaginar.

O nome imposto deixa clara a natureza do recurso… Somos obrigados a pagar, se não fosse “imposto”, passaríamos de liso, sem dar qualquer atenção… Dar dinheiro de graça aos outros é coisa de malucos!

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E cá estamos nós, pagando uma fortuna, cada dia mais pobres e sem esperanças.

Tudo indica que eu estava mesmo certo, e há tempos: a economia não cresce, as previsões de governo e partidos interessados revelaram-se inócuas. Nada de 3,5% de PIB. Mal repetiremos os níveis medíocres do ano passado.

Inflação em alta, impostos em alta, sinais de desemprego, reformas previstas e prometidas nas ruas sem qualquer eco, balanço de pagamentos com déficits de corar monges, dívida pública na estratosfera. Parece Grécia, mas é Pindorama! A coisa vai mal…

Vamos submergindo, sem surpresas.

Vamos vendo nossas mais tênues esperanças se diluindo.

Este governo vai se acabando, se derretendo, se desfazendo, há sinais de velhice, de mesmice, de comida insonsa e requentada. O velho populismo travestido de novas e velhas frases e promessas. Frases surradas e travos de um autoritarismo amargo, de fel e azedumes vencidos. Tudo se acabou sem, de fato, sequer ter começado. Ficou este monstro aí a ser engolido, que a democracia prega suas peças e de tempos em tempos, mesmo que aos vômitos, engolimos as piores ratazanas e sapos de sobremesa.

Mas o último ato desta tragédia bufa ficará aí mais um ano. Perda de tempo, mergulhando-nos neste fim de festa triste, desalentado…

O fascinante da decadência é seu ritmo… Seu intrigante descaso.

A decadência não tem pressa…

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2 comentários sobre “BALANÇOS

  1. Bom dia. É, pelo visto vai tudo muito mal. Ainda tenho fé que ano que vem tudo vai mudar com as eleições de outubro. Depois você poderia nos explicar como Uruguai e Paraguai sobrevivem, já que a maior parte dos produtos vem de fora. Forte abraço.

    1. Sim…
      Tudo vai mal, e não foi por falta de avisos.
      Creio que o novo governo que se instalar no poder, caso seja sério e competente, coisas raras por aqui, esta nova equipe passará a maior parte do tempo se dedicando a colocar ordem na casa, corte fundamental de custos…contas a pagar… Estas coisas. Teremos tempos amargos, com desemprego e aumento da pobreza.
      Quanto ao Paraguai e Uruguai, as necessidades que são atendidas por importações, basta olhar o perfil de consumo. São sociedades pobres, de rendas mais concentradas e outros comportamentos em relação ao consumo.
      Há poucas ou nehuma esperança quanto o futuro dos países, sem mercados e economias de escala. É bom tema para artigos.
      Obrigado.
      MHSF

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